segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

"Os verdadeiros reis da Folia"

Continuando a série de postagens sobre a trajetória dos casais de mestre-sala e porta-bandeira do grupo especial, hoje nós vamos falar sobre o casal da Portela.


Um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira mais experientes do carnaval carioca, Rogerinho e Lucinha Nobre irão para o 3° ano consecutivo defendendo o pavilhão portelense. Lucinha Nobre e Rogerinho começaram essa bela parceria na Mocidade Independente de Padre Miguel.


Lucinha Nobre já é porta bandeira a mais de 20, ela começou como porta-bandeira mirim em 1984, na Estácio de Sá. Na Mocidade Independente de Padre Miguel ela fez parte da ala das crianças, também em 1984 e virou porta bandeira mirim em 1986, aos 16 anos foi primeira porta-bandeira da Mocidade e ficou defendendo o pavilhão verde e branco de Padre Miguel até 2001, quando junto com Rogerinho foram para a Unidos da Tijuca e ficou por lá de 2002 até 2009.

Nesse período em que Lucinha defendeu o pavilhão Tijucano,  Lucinha dançou com Rogerinho de 2002 a 2004 e com Ubirajara de 2005 a 2008. Muitos dizem que o grande mérito da Lucinha Nobre foi ter descoberto o mestre sala Ubirajara. Em 1989 Lucinha ganhou um estandarte de ouro de revelação enquanto ainda era segunda porta bandeira da Mocidade e depois conquistou mais 4 estandartes de ouro nos anos de 1993, 2003, 2006 e 2007.


Rogerinho começou sua vitoriosa carreira com 14 anos na Mocidade Independente  de Padre Miguel, nos anos de 1988 e 1989 Rogerinho fez parte da ala mirim da escola.  Em 1990 ele integrou a ala das crianças e em 1991 voltou para a ala mirim, onde permaneceu até 1993, em 1994 foi o 2° mestre-sala da Mocidade e conquistou seu primeiro estandarte de ouro. Em 1995 Rogerinho passou a defender o primeiro pavilhão da Mocidade junto com a sua então porta-bandeira Lucinha Nobre, e assim foi durante os três anos seguintes (1996/1997/1998).


Em 1999, ao lado da porta-bandeira Nira Rogerinho conquistou seu segundo estandarte de ouro. Em 2001 o mestre-sala saiu da Mocidade Independente de Padre Miguel para trilhar um novo caminho na Unidos da Tijuca. Rogerinho desfilou entre 2002 e 2004 na Unidos da Tijuca e em 2005 voltou para Mocidade e retornou para Unidos da Tijuca em 2009.

 

Após o carnaval de 2009 Rogerinho e Lucinha foram contratados pela Portela e em 2012 o casal celebrara 15 anos de parceria, entrosamento, sintonia, disposição, amadurecimento e dedicação. 

domingo, 18 de dezembro de 2011

"Os verdadeiros reis da Folia"

Continuando a série de postagens sobre a trajetória dos casais de mestre-sala e porta-bandeira do grupo especial, hoje é a vez do casal da Unidos do Porto da Pedra.

Fabrício Pirez começou sua trajetória no samba com 11 anos na Escola de Samba Mirim Inocentes da Caprichosos e também passou pela Caprichosos de Pilares, Portela, Tradição, Imperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente de Padre Miguel. 


No ano de 1990 Fabrício era uma das crianças que se juntava aos ritimistas da bateria para aprender a tocar, Fabrício investiu na dança e foi primeiro mestre-sala mirim da Inocentes da Caprichosos em 1992. 


No mesmo ano, desfilou na escola mãe como 2º mestre-sala e retornou á Caprichosos em 2005. No carnaval de 1992, foi convidado para ser o 2º casal da Imperatriz Leopoldinense e se destacou como 1º mestre-sala da Unidos do Cabuçu no Grupo de Acesso A em 1994.

O experiente mestre-sala ficou na Imperatriz até o carnaval de 2001, quando uma visita na quadra da Portela o colocou de vez entre os primeiros casais do Grupo Especial, após vencer o concurso proposto pelo então presidente Carlinhos Maracanã, Fabrício desfilou com o manto azul e branco da escola nos Carnavais de 2002 a 2004 ao lado da sua porta-bandeira Cristiane Caldas.




A porta-bandeira Cristiane Caldas já defendeu o pavilhão da Vizinha Faladeira, Paraíso do Tuiuti, Portela, Caprichosos de Pilares e Mocidade Independente de Padre Miguel. Em 2001 com apenas 17 anos Cristiane defendeu o pavilhão do Paraíso do Tuiuti, ano em que a escola de samba integrava o Grupo Especial, Cristiane ganhou o prêmio estandarte de ouro de revelação. 

No ano seguinte Cristiane Caldas foi para Portela, onde permaneceu até o carnaval de 2004, em 2005 Fabrício e Cristiane foram contratados pela Caprichosos de Pilares, depois disso Cristiane Caldas ficou um período sem dançar e retornou em 2008 defendendo o pavilhão do Paraíso do Tuiuti. Após o carnaval de 2009 Cristiane Caldas foi contratada pela Mocidade Independente de Padre Miguel e defendeu o pavilhão verde branco por dois anos.

Agora Fabrício Pirez e Cristiane Caldas defendem o pavilhão da Unidos do Porto da pedra e prometem fazer bonito no carnaval de 2012 com a ajuda do coreógrafo e mestre de cerimônias Bonifácio Junior. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Os verdadeiros reis da Folia"

Continuando a série de postagens sobre a trajetória dos casais de mestre-sala e porta-bandeira do grupo especial, hoje é a vez do casal da Mocidade Independente de Padre Miguel.


Não há quem fale em Robson e Ana Paula e não se lembre do amor ao carnaval e do mesmo sentimento entre marido e mulher. Robson e Ana Paula formam o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel e também formam um casal fora do carnaval há mais de 15 anos.

Eles se conheceram em 1990, durante um concurso para escolher a segunda porta-bandeira da Unidos do Viradouro, Ana Paula venceu a disputa, e acabou sendo escolhida para o posto de primeira porta-bandeira e não demorou muito para Robson começar a “cortejar” a porta-bandeira. Depois de muito tempo Robson conseguiu fazer com que sua parceira de dança se tornasse sua parceira de vida.




O casal já defendeu o pavilhão de diversas escolas, Robson e Ana Paula já desfilaram por três anos na Viradouro, um ano na Leão de Nova Iguaçu, seis anos na Caprichosos de Pilares, dois anos no Acadêmicos do Grande Rio, três anos na União da Ilha do Governador , dois anos no Império Serrano, um na Porto da Pedra e atualmente estão na Mocidade independente de Padre Miguel.

O casal é conhecido pelo clássico beijo que dão durante as suas apresentações, e isso já virou uma marca registrada do casal.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"Os verdadeiros reis da Folia"

Continuando a série de postagens sobre a trajetória dos casais de mestre-sala e porta-bandeira do grupo especial, hoje nós vamos retratar a história do casal da Unidos de Vila Isabel.

Júlio Nascimento da Conceição mais conhecido como Julinho, cresceu em meios de roda de samba. Seu pai foi compositor da Portela e da Imperatriz e sua mãe participou da primeira comissão de frente formada por mulheres, em 1961.

Professor de educação física, formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), aos 10 anos já mostrava habilidade no miudinho, Julinho nunca esqueceu do orgulho e das palavras de seu pai, que infelizmente faleceu antes de o vê-lo como primeiro mestre-sala.

Julinho já foi primeiro mestre-sala da Tradição onde teve a honra de dançar com o Cisne da passarela Vilma Nascimento e sua filha Danielle Nascimento e também defendeu por dois carnavais o pavilhão da Unidos de Viradouro.

Já Rute Alves não via televisão e nem falava de carnaval em casa, pois seu pai era militar rígido. Após a morte de seu pai Rute foi a um programa de rádio com o desejo de ser porta-bandeira, lá ela conseguiu uma vaga no projeto Manuel Dionísio. Sabendo que a São Clemente procurava uma segunda porta-bandeira, Rute procurou a escola e encantou a todos com sua apresentação e ganhou a vaga de primeira porta-bandeira.

Rute fez sua estréia no carnaval de 1997 e logo no ano seguinte já estava no grupo especial defendendo o pavilhão da Portela. Depois passou pela Porto da Pedra, salgueiro até chegar a Vila Isabel, Rute dançou de 2005 á 2007 com o mestre-sala Raphael.

Mesmo de universos tão distantes, Rute e Julinho  tornaram-se parceiros no samba como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Vila Isabel, Julinho já é tricampeão do premio estandarte de ouro e o casal vem dando orgulho aos torcedores da agremiação e simpatizantes. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Os verdadeiros reis da Folia"

A partir de hoje daremos inicio a uma série de postagens contando a trajetória e a história de todos os casais de mestre-sala e porta-bandeira do grupo especial. E nessa primeira postagem vamos retratar a história do casal de mestre sala e porta bandeira da Unidos da Tijuca.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira Marquinhos e Giovanna, fizeram história na Mangueira e depois de 15 anos defendendo o pavilhão verde e rosa foram para a Unidos da Tijuca. 

Nascida e criada no morro da Mangueira, Giovanna Justo começou a desfilar ainda criança na ala mirim da verde e rosa, aos 13 anos de idade Giovanna  fez seu primeiro desfile como porta-bandeira da ala mirim da Mangueira comandada por Dalmo José que foi com aprendeu a dar seus primeiros passos como porta-bandeira. Aos 15 teve que deixar a ala mirim por obrigatoriedade e daí por diante começou sua vida profissional como porta-bandeira.

Giovanna Justo já defendeu o pavilhão do Paraíso doTuiuti, Vila Rica e Flor da Mina do Andaraí

Aos 18 anos Giovanna assumiu o posto de primeira porta-bandeira da Mangueira fazendo par com Marquinhos seu mestre sala desde então, em 2004 e 2011 Giovanna ganhou o premio estandarte de ouro e hoje é considerada uma das melhores porta-bandeiras do carnaval carioca.

Marquinhos tem muita intimidade com o samba. Criado na casa de Dona Neuma uma figura importante na história da Mangueira, em 1978 Marquinhos ingressou na ala mirim da Mangueira. Filho do ex-mestre-sala Lilico, Marquinhos seguiu os passos do pai e se tornou integrante da ala de mestre-salas e porta-bandeiras do professor Dalmo José. Marquinhos ainda exerceu a função de representante de ala, intérprete e compositor da Mangueira do Amanhã.

Convidado para substituir seu pai, recusou o convite e em 1991 assumiu o posto de segundo mestre sala. No ano seguinte, assumiu o posto de primeiro mestre-sala fazendo par com Ircléia.  Em 1995 sua história se juntou a de Giovanna Justo, sua porta bandeira desde então. Depois de muitos anos defendendo o pavilhão verde e rosa e arrematando várias notas 10.


Após o carnaval de 2009 o casal foi convidado a defender o pavilhão da Unidos da Tijuca e logo no primeiro desfile defendendo o pavilhão tijucano a agremiação foi consagrada campeã do carnaval 2010. 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

3 elementos em torno de 1 !

Dança fascinante,em que você interpreta e transmite a felicidade,encanta os observadores ... com elegância e charme cada passo é dado com o seu devido ritmo,a leveza é sua sina ! A cada giro,seu pavilhão é exaltado e mostrado aos demais .. a cada rotação que a leve pluma faz,seu guardião em sua volta permanece,protegendo sua bandeira e sua pluma em forma humana.Dessa forma,os três elementos se completam e a cada ano revelam,durante noventa minutos,a suavidade,elegância e cumplicidade de um casal de mestre-sala e porta-bandeira.                                      
                                                         Thainara Matias

Neide, o ouro em verde e rosa



Neide Gomes Santana era no dia-a-dia mais uma moradora do morro, uma mulher da Mangueira que lutava pra vencer as dificuldades da vida, como qualquer outra mulher de lá, porém, quando o assunto era Estação Primeira de Mangueira, Neide deixava de ser igual pra, segundo suas palavras ser “o ouro da escola, a dama do carnaval”. E assim era Neide quando pisava o asfalto da passarela: altiva, imponente, olhar determinado e com um sorriso que fazia qualquer um se encantar. Ela dançava e o mundo inteiro parava para vê-la, Uma magia nos tomava e, ao contrário do que realmente acontecia, dava a impressão de que o mundo girava ao seu redor e de sua bandeira, aliás, a bandeira e Neide eram a definição completa da palavra perfeição: Neide era a rosa e sua bandeira a folha que tremulava ao sabor do vento. Era lindo poder ver e sentir o amor e o orgulho que ela tinha por estar ali. Via-se a realização do sonho de toda menina do morro que sonha em um dia ser a rainha do desfile da escola. O encanto se repetia a cada ano: Neide dançava, o povo aplaudia e ela respondia com vigor e o sorriso de quem sabia ser a dona do carnaval. 






Roxinho e Élcio PV foram um dos que tiveram o prazer de fazer par com ela, mas foi dançando com Delegado que Neide formou a dupla que é considerada por muitos como a melhor de toda a história do carnaval.






Ela trazia consigo a convicção de que uma porta bandeira nunca devia trocar de escola, por maior que fosse a oferta. Certa vez, quando perguntada pela jornalista Lena Frias sobre uma possível troca de bandeira, ela respondeu: “Eu não posso. eu nunca consegui nem pensar em sair em outra escola que não a minha. Se alguém me pagar pra desfilar, aí já é obrigação. Estarei sendo uma empregada e porta bandeira não pode ser empregada de ninguém. Ela é a dona do ouro do carnaval, ela é a soberana que representa seu povo, é a bandeira do povo. Como é que a bandeira do povo pode prestar vassalagem a alguém?”. Assim era Neide, a primeira e única, a soberana dona de cinco “Estandartes de Ouro” consecutivos, na época a mais importante e respeitada premiação do carnaval, feito inédito até hoje.

Pessoa de ótimo humor que era chegou a dizer que quando envelhecesse não iria pra ala das baianas, e sim pra bateria. Infelizmente Neide nos deixou pra ir dançar com os anjos em 1981, mas até hoje faz brotar lágrimas nos olhos de quem a conheceu sempre que seu nome é citado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Origem da dança de um casal mestre-sala e porta-bandeira

    Historicamente a dança do Mestre Sala  e da Porta Bandeira é sem dúvida formada na época da escravidão do povo africano. Onde se uniram as danças dos ritos e rituais aos orixás(pois é indiscutivelmente a dança característica desta etnia) pela apreciação dos negros escravos pela dança da corte européia, que analisavam cuidadosamente(quando podiam) os passos dos nobres, que bailavam ao som do Minueto, e após, na senzala, esses negros repetiam, de sua forma a dança vista na casa grande, caricata, pois diferente dos seus senhores e senhoras, não praticavam nem freqüentavam as aulas de dança, para os famosos saraus.
    Mais adiante os saraus em terras brasileiras ganham expectadores muito atentos que, da senzala, apreciam os gestos feitos pelo mestre de cerimônias na abertura dos salões e condução dos casais. A seguir montam sua própria roda de dança e jocosamente, refletem todo o gestual, numa caricatura da corte. Por conseguinte as vestimentas do Mestre Sala e da Porta Bandeira se inspira na indumentária da época. E os passos do casal jamais lembra o samba, mas a aristocrática dança dos salões.  
    Até o início dos anos 30, a porta bandeira precisava de proteção, sendo a personagem mais visada nas disputas entre as Escola de Samba, por estar na guarda do pavilhão, galhardão maior. Um Mestre Sala  de uma escola rival, com uma navalha tentava se aproximar da Porta Bandeira para retalhar a bandeira ou o estandarte. A partir daí, os sambistas passaram a confeccionar tanto a camisa do Mestre Sala  quanto a bandeira em cetim ou seda dificultando o corte. A partir de então a luta passou a ser simbolizada: um Mestre Sala  tomava a mão da Porta Bandeira da escola adversária. Ela seguia dançando até a sede do vencedor, obrigando o seu Mestre Sala a acompanha-la para uma resgate amigável.
    Esta história vem desde os primórdios das escolas de samba, quando estas eram chamadas de ranchos carnavalescos, e a dupla era conhecida por baliza e porta estandarte.
O baliza, hoje Mestre Sala , tinha a incumbência de defender sua companheira e o estandarte por ela carregado, uma vez que esta peça corria o risco de ser arrebatada por componentes de outros grupos desfilantes rivais.O “roubo” ocorria, normalmente, no clima da euforia momesca, quando as agremiações se apresentavam e os Mestre Salas, desenvolvendo o bailado se descuidavam da proteção da Porta Bandeira.As Porta Estandartes, hoje Porta Bandeiras, contavam ainda com outro tipo de proteção(os chamados porta machados), exercidas por garotos que ficavam ladeando a “protegida”. A garotada foi aos poucos sendo substituída nas escolas de samba pelas chamadas “bainas-de-linha”, na verdade homens fantasiados de baiana, com navalhas presas às pernas, que ficavam nas laterais das escolas exercendo a função de protetores.
    A partir da oficialização das Escolas de Samba, o Mestre Sala e a Porta Bandeira tornaram-se os principais personagens da escola que defendem.
Ramon Carvalho